
O Papa Bento XVI referiu ontem, durante a sua audiência semanal geral, que 'sem padres bem preparados, a nova evangelização será apenas um slogan'.
Fiquei a pensar neste raciocínio de Bento XVI e uma expressão sua, confesso, captou a minha atenção: 'nova evangelização'.
Através dos ensinamentos da Sagrada Escritura e da História Universal, todos conhecemos bem os relatos dos primeiros evangelizadores, que foram os membros da Igreja primitiva. Ao longo dos séculos, quer aberta ou secretamente, outros crentes lhes foram sucessivamente tomando o lugar nessa obra de evangelização que até hoje permanece.
É certo que, de acordo com a vontade e propósito de Deus, também ao longo desse mesmo tempo a luz foi sendo gradualmente revelada a Seus fiéis seguidores. Mas o evangelho (as palavras de boas-novas da salvação em Jesus) foi sempre o mesmo, sem necessidade de se criar uma nova teologia, um novo curriculum cristão.
Por esta razão, fiquei a refletir na dita expressão 'nova evagelização'... Mais ainda, quando Bento XVI reforça a ideia de que deve assegurar-se que esse conceito seja 'não apenas um slogan atrativo, mas uma realidade'.
Por isso pergunto: nova evangelização? Porquê nova?
Sobre isto, o que ajudou a perceber melhor a ideia que me ficou a pairar na mente foram as palavras do Papa comparando os tempos atuais com os idos do século XVI, quando o Concílio de Trento ditou normas para a instrução nos seminários. Ele disse: 'os membros do concílio estavam bem conscientes de que uma insuficiente preparação dos padres teve impacto em toda a crise da Reforma; os sacerdotes não estavam preparados inteletual e espiritualmente'.
Agora sim, em simples palavras tudo faz mais sentido! A palavra 'nova' aplicada ao termo 'evangelização', não se refere ao conteúdo da mensagem mas sim ao método a usar, pela Igreja de Roma. Leia aqui o que Bento XVI definiu, em 2005, como sendo a nova evangelização'; em termos de conteúdo (ou, se preferir, doutrina), não irá encontrar nada de novo em relação ao que é proclamado há séculos (espantosamente, o Papa escreveu este trecho delicioso: 'no que se refere aos conteúdos da nova evangelização deve-se ter presente em primeiro lugar a inseparabilidade do Antigo e do Novo Testamento')...
Tendo aprendido a lição em como a Reforma protestante foi uma séria ameaça à governação quase totalitária do Vaticano durante séculos, o líder católico parece instar os seus padres a estarem prontos para erguerem as suas vozes em defesa da atual estratégia romana de recuperação de poder, no passado detido sem contestação.
Pergunta-se, logicamente: querem-se os padres prontos, contra quê ou contra quem?
Para obtermos a resposta, usemos o mesmo raciocínio de Bento XVI: recuemos aos séculos da Reforma e vejamos quem eram os opositores de Roma...
Pois bem, a resposta é: aqueles que amavam a Bíblia e guardavam os mandamentos de Deus (conforme então os conheciam).
Recupere o primeiro parágrafo deste texto e veja também a correção de comportamento que o Papa aconselha a seus liderados: 'cada padre seja uma testemunha da infinita misericórdia de Deus, tenha uma vida completamente conquistada por Cristo'! Exatamente aquela que era, tão visível e escandalosa que não dava para disfarçar, uma grave falha de qualquer líder católico, incluindo aqueles que ocuparam a cadeira papal!
A Igreja de Roma está, aparentemente, a querer voltar-se para Jesus. Repito: aparentemente. Por isso diz a Bíblia: 'acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores' ([Mateus 7:15).
Não nos deixemos enganar; os propósitos do Vaticano são hoje exatamente os mesmos que foram durante os séculos das trevas: exercer domínio sobre tudo e todos. E não há dúvida que se estão a preparar para enfrentar oposição por parte dos fiéis seguidores da Bíblia.
O Tempo Final
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